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Professor Edem Almeida

Edem Almeida

Edem Almeida

sexta-feira, 16 de julho de 2010

HISTÓRIA DE MINHA VIDA

EDEM ALMEIDA



Por Edem Almeida






PARTE I


Impossível contar um pouco de minha história sem citar, já no início, meus pais. Dona Francisca, minha mãe, é guerreira e de coração infinito. Não há pessoa melhor. Igual, talvez. Melhor que minha mãe, jamais! Meu pai era um excelente homem, honesto e de bom humor. Ambos muito trabalhadores. Dona Francisca, costureira, e o senhor Joaquim, carpinteiro. Destes dois foram gerados 12 filhos. Eu fui o 10º...


Desafios traduzem minha vida. Vou contar-lhes um pouco de minha história.


Aos 07 meses fui tomado por uma doença que mata em poucas horas! Minha garganta fechou e fiquei respirando com muita dificuldade. Lica, esposa de um primo meu, morava num barraco de meus pais. Vendo-me naquela situação me levou imediatamente ao hospital. Minha mãe estava sempre trabalhando com suas costuras. Eu era um bebê de colo sem colo, pois a guerreira tinha que escolher: ou nos dava carinho ou comida!


Fui internado. Colocado em uma estufa para limpar minha garganta operada. Fiquei todo inchado devido à estufa infernal do hospital. Meu pé esquerdo era torto de nascença. Estava engessado e por isso foi a única parte de meu corpo que não inchou. Esse foi meu primeiro desafio. Com vitória!


Passemos agora como raio por minha infância. Aos 4 ou 5 anos estava no hospital por um motivo que não me lembro. Brincava no chão encerado de carregar e ser carregado com um colega que também estava internado. Ao carregá-lo, caí e cortei meu queixo. Lembro até hoje sendo levado para fazer pontos. Tenho a marca do corte ainda hoje.


No jardim de infância aprendi a ler e a escrever. Minha primeira formatura foi aos 6 anos! Foi lindo. Lembro até hoje. Estudei na E. Infantil Palhacinho Dengoso. Era uma escola e creche municipal. Existe até hoje. Fica perto do Supermercado Ramos Plus na Avenida Geraldo Inácio, em Fabriciano. Lembro-me ainda hoje de minha primeira professora: Adriana. Magrinha! Tenho uma foto com ela no orkut. Lembro de meu diploma do pré. Minha letra era bonita. Minha irmã, Ednéia, há muito tempo jogou este documento precioso fora. Infelizmente...


Percorreremos um pouco mais os caminhos de minha infância... Na escola infantil, cantávamos para comer, para lavar as mãos... Lembro-me, como se fosse hoje, de um dia de chuva onde todos os alunos esperavam alguém buscá-los. Uma coleguinha com um dente canino levemente acariado e bem miúdo precisava chegar até o portão da escola. Eu a levei com minha sombrinha velha. Não sei o nome dela. Não me lembro nem do rosto direito. Mas foi minha primeira paixão...






PARTE II


Saindo um dia da escola infantil, tive uma de minhas primeiras brigas. Uns cinco meninos queriam me bater. O motivo, não me lembro. Correram atrás de mim. Pegaram-me na portaria do antigo cinema (que virou igreja e hoje é o Centro Cultural de Fabriciano). Embolamos no chão. O menino que me segurava deixou seu dedão –importante lembrar que foi o dedão da mão e não do pé- entrar em minha boca. Levou uma mordida que deve estar doendo até hoje. Uns 15 anos depois encontrei este menino. Estava gigante e super forte. Eu tremi nas bases e cumprimentei o Golias. Ele ergueu o dedão e deu jóia para mim. Ri, lembrando da mordida que dei naquele dedo sujo.... Ainda bem que ele não lembrou disso! rsrsrsr


Saí, desde criança- talvez dos sete aos 15 anos- muito em turma. Eu, meu irmão Ednaldo, o Lequinho, o Vaguinho, o Zeni (Joseni, filho do José e da Eni. O nome veio daí... coisas de nossa classe pobre...). Depois se juntaram na turma o Nilton César, o Niltinho e outros. O Lequinho era gago e nos matava de rir quando ia pedir pão velho nas padarias. A moça já sabia o que ele queria antes de pedir. O Vaguinho era excelente no futebol. Virou atleta corredor de rua e hoje é homossexual assumido. O Zeni morreu afogado.


Em turma pulávamos córregos, escalávamos morros, explorávamos valetas de enormes erosões. Numa destas escaladas de morros escorreguei e fui rumo a uma enorme fenda de erosão. Agarrei no capim meloso até o Zeni vir me puxar. Catávamos lenha e esterco para minha mãe ou para vendermos. Neste tempo o trabalho ainda era diversão...


Aos sete anos me apaixonei por uma prima. Gostei dela até os 14 anos! E nunca vi nada parecido. Apaixonei fortemente aos sete anos! [Ela foi minha primeira experiência sexual....]


Vendi coxinha e picolés. Brinquei muito na chuva e ribeirões. Capinei lotes e arrumei jardins dos ricos do bairro Belvedere. Brinquei na rua, quase sempre com as meninas. Carreguei areia e entulhos. Limpei porões. Fui servente de pedreiro. Inclusive o último serviço de servente não o recebi. O safado do pedreiro recebeu por nós dois e não me pagou até hoje. Já faz uns 14 anos!


Apaixonei por várias meninas e moças. Foram 3 Lucianas ( a do Santos, minha prima, a Luciana Maria Martins de Oliveira, do primeiro ano Colegial e a Luciana R. Sanches, minha primeira namorada). Gostei da Marta, minha vizinha, Rosilene, na oitava série, e Cíntia na faculdade. Gostei ainda de uma menina que morreu com um tiro na testa dado por engano por seu irmão. Não sei o nome dela...


Namorei somente aos 19 anos. Tive vários romances e casos. Encontrei a Amélia. Namoramos por 5 anos. Casamos.


Retornemos ao tempo, pois há muito que contar...






PARTE III


Na escola eu era agitado, inteligente e esforçado. Adriana no prezinho, Dona Eva na quarta série, Mirtes de Ciências, Wones de Matemática, Zé Geraldo de Olericultura, Ruimar de Português, Rosalva de Psicologia, Nazaré no Magistério e Ivone de Geografia foram meus professores inesquecíveis. Na vida acadêmica estudei com mestres e doutores conhecidos no Brasil inteiro. Estudei até com Fernando Novais, amigo de USP de Fernando Henrique, ex-presidente. Mas os mestres supracitados são inesquecíveis.


O menino trabalhador, aventureiro, já foi mordido por uma égua que arrancou pedaços de carne de sua costela. Caiu numa faca quando ia cortar cana no seu quintal para uma vizinha bonita. Foi parar no hospital levado de bicicleta pelo seu pai. Quase morreu de dor na maldita Avenida Magalhães Pinto que na época era toda cheia de buracos. Este menino de historias transou pela primeira vez aos 13 anos, mas só foi namorar sério aos 19!


O bom filho, que coava café para a mãe todas as tardes, que brigava na rua e que só lavava os pés para dormir resolveu avançar nos estudos. Decisão correta.


Era um rapaz feio e bobo. E ao mesmo tempo de extrema responsabilidade e garra.


Aos 15 anos foi fazer teste na USIMINAS. Passou em todas as etapas. No final foi rejeitado por ser cego do olho esquerdo. Perdi minha visão dos 4 aos 11 anos por deslocamento de rotina.


Aos 15 anos este rapaz resolveu ser professor. De História!


Aos 17 trabalhava no saudoso Bar Araújo. Juntou dinheiro para poder estudar mais. Lembro de poupar até 90% de meu salário! Tenho uma caderneta ainda hoje onde anotei todos os meus gastos e depósitos. Trabalhava até 2 da madrugada e estudava de manhã e dois dias por semana à tarde também. Era uma loucura. Chorei varias vezes deprimido nas madrugadas. Mas tudo valeu a pena. Faria tudo de novo.


Contra a opinião de todos, saí do curso de Contabilidade e fui para o Magistério (todos de Ensino Médio). Formei em 1996. Estudei como louco em casa com técnicas aprendidas na Revista Superinteressante e outras publicações. Passei em segundo lugar no vestibular de História. Fiquei com 179,5 pontos. A moça que ficou em primeiro lugar estudou em uma das melhores escolas de Ipatinga e fez cursinho pré-vestibular. Ficou com apenas 0,5 ponto a mais que eu.


Em 1997 já cursava a faculdade. Poderia ter escolhido o que a maioria de minha idade fazia. Quando trabalhavam, os rapazes de 17 anos compravam moto ou carro. Eu decidi investir nos estudos e não me arrependi. Multipliquei meus ganhos em até 15 vezes! E ninguém nunca pagou nada para mim. Não fui ajudado nas mensalidades, nas passagens, nos materiais escolares, nem ao menos nos lanches que fazia de vez em quando já que a grana era curta.






PARTE IV


Passei em segundo lugar geral e por isso tive um desconto de 40% das mensalidades por dois anos. Em sala os três primeiros colocados tinham descontos de 30 a 50%. Eu sempre ganhava um destes descontos.


No segundo ano de faculdade, eu comecei a dar aulas em Ipatinga.


Dei 03 aulinhas em uma escola estadual lá no bairro Esperança. Eu ganhava R$136,00. Mas gastava R$ 140,00 de passagens. Pagava para trabalhar. Mas era estratégia. É que no Estado era preciso tempo de trabalho para ter mais chances de pegar contratos. E eu não tinha nem um dia trabalhado. Com esta experiência em 1998 eu adquiri um ano de experiência! Comecei a dar aula no dia 12 de março de 1998. Eu fazia exatos 20 anos de idade.


Em 1998, trabalhei no bar e na escola ao mesmo tempo. E ainda fazia faculdade. Trabalhava todos os sábados e domingos. Minha folga era nas quartas-feiras. Era um inferno. Mas valeu a pena.


De 1999 em diante as coisas só melhoraram. Peguei aulas em um monte de escolas estaduais. Fiquei sabendo depois que minha primeira Diretora falou bem de mim em uma reunião de Diretores e burocratas do Estado de todo o Vale do Aço.


Em 2000 fiz estágio no CSFX. Trabalhei pra burro. De graça. Mas era de novo uma excelente estratégia! O CSFX me projetaria para o mercado de escolas particulares.


Em 2001 entrei no Colégio Angélica e estou lá até hoje. Se for possível, só saio aposentado. Na seqüência trabalhei em dezenas de escolas estaduais e particulares. Trabalhei em Inhapim, iniciando minha carreira em pré-vestibulares. Depois trabalhei em quase todos pré-vestibulares do Vale do Aço. A cada ano eu ficava mais conhecido. Em 2004 entrei no Unilestemg, dando aula no curso de História. Em 2005 fui contratado na ETFG, uma das escolas que mais gosto. Em 2007 enviei e-mails ousados para todos os membros do corpo dirigente e pedagógico do Colégio Bernoulli e Elite Pré-vestibular Integral de BH. Estas duas escolas são lideres absolutas em aprovações em Federais de todo o Brasil. Fiz uma aula teste e fui contratado. Trabalhei todo o ano de 2008.


Em outubro de 2008, as Faculdades Pitágoras interessaram por mim. Fiz uma aula teste e uma bateria de testes. Fui aprovado. Eu estava diante de uma decisão dificílima: continuar no Elite e Colégio Bernoulli que pagam três vezes mais que o Pitágoras ou entrar de vez no Ensino Superior. Uma noite sem dormir. Colocando na balança os prós e contras de cada emprego (o super-emprego nas escolas de BH ou um contrato promissor nas Faculdades) decidi ficar aqui mesmo. Fui para o Pitágoras. Não me arrependi.


Em 2009, dei aulas no Elite do Vale do Aço, e fui professor substituto no Mayrink Vieira.


Para 2010 tenho planos ousados....



Um comentário:

Raycon Junio disse...

Parabéns Edem pelas conquistas que alcança em cada dia de sua vida, tenho muito orgulho de um dia ter sido aluno, nem que seja em um semestre de um mestre como você!Enfim Tudo de bom!!!!